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Mato Grosso: Serviços municipais garantem que água não tem contaminação


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Órgãos públicos e empresas terceirizadas responsáveis pelo saneamento e tratamento de água de cidades onde foi reportada contaminação com substâncias negam o problema.

A reportagem do MidiaNews procurou os 18 órgãos responsáveis pelo tratamento de água nos municípios do Estado.

O levantamento de contaminação da água foi realizado pela ong Repórter Brasil, divulgado nesta semana. De acordo com a ong, os produtos podem provocar doenças crônicas como câncer.

As informações são baseadas nos resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde.

Conforme o mapa elaborado, as cidades de Alto Garças, Arenápolis, Cuiabá, Campo Verde, Cáceres, Confresa, Campinápolis, Comodoro, Tangará da Serra, Paranatinga, Sorriso, Sinop, Pedra Preta, Pontal do Araguaia, Primavera do Leste, Marcelândia, Guarantã do Norte e Juína, apresentaram as substâncias acima do nível de segurança.

Já os órgão consultados pela Reportagem negam, alegam erros de preenchimentos ou não responderam o contato para esclarecimento.

A contaminação constatada no estudo nas águas que vão para as torneiras por cidades são de Cuiabá (nitrato), Sinop (Atividade alfa total [radioatividade]), Sorriso (Nitrato), Juína (níquel), Tangará da Serra (atividade alfa total, cádmio, urânio), Cáceres (Chumbo, selênio, urânio), Campo Verde (níquel),  Comodoro (rádio-228, nitrato), Pedra Preta (arsênio), Paranatinga (arsênio, nitrato, cloreto de vinila, trihalometanos total), Pontal do Araguaia (cloreto de vinila), Marcelândia (Aldrin + Dieldrin), Confresa (ácido haloacético total), Campinápolis (trihalometanos total), Primavera do Leste (benzo[a]pireno, mercúrio, urânio), Guarantã do Norte (Clordano, Endrin), Arenápolis (acrilamida) e Alto Garças (lindano, benzo[a]pireno).

Órgão consultados pela reportagem negam, alegam erros de preenchimentos ou não responderam o contato para esclarecimento

Cuiabá

Por meio de nota, a Águas Cuiabá informou que os indicadores de qualidade da água distribuída na Capital entre os anos de 2018 e 2020 estão dentro dos parâmetros determinados pelo Ministério da Saúde.

“No que se refere à substância Nitrato (NO3), os resultados registrados no Sisagua no referido período apresentaram valores máximos permitidos (VMP) dentro do especificado pela Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água distribuída para consumo humano e seu padrão de potabilidade”, diz um trecho.

Tangará da Serra

O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Tangará da Serra diz que a água da cidade está dentro dos parâmetros.

“Em nenhuma análise realizada por laboratório especializado, contratado pela autarquia, foram detectados resultados em desacordo com as normas do Ministério da Saúde, que tratam dos procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água e seu padrão de potabilidade”, diz o Samae em nota.

“Os resultados dos parâmetros analisados nas amostras atendem aos padrões estabelecidos pelo Anexo XX, da Portaria de Consolidação nº 5/2017, alterado pela Portaria GM/MS N° 888/2021, de 4 de maio de 2021, para água potável de consumo humano”.

Primavera do Leste

A concessionária Águas de Primavera informou que houve um equívoco no momento da digitação de dados sobre Urânio, Mercúrio e Benzo[a]pireno. Segundo a empresa, o valor colocado foi de “0,10 mg/L enquanto o resultado correto é de 0,010mg/L de Urânio na amostra. O índice máximo permitido pela legislação é de 0,03mg/L”.

“Para o parâmetro Mercúrio, foi inserido o valor de 0,005mg/L enquanto o resultado correto é de <0,0002 mg/L, sendo que o limite é de 0,001 mg/L. Para o parâmetro benzo[a]pireno, foi inserido o valor de 1µg/L enquanto o resultado correto é de <0,01µg/L, sendo que o limite é de 0,7µg/L. Uma carta de correção já foi enviada para a Vigilância Sanitária”, esclarece.

Comodoro

O serviço de tratamento e distribuição Águas Comodoro informou que realizou uma denúncia para apurar as informações.

Pontal do Araguaia 

A Prefeitura informou que foi realizada uma reunião emergencial para detectar os responsáveis. Até o momento, o órgão diz que foi percebida uma falha por parte da Vigilância Sanitária no lançamento dos dados no Sisagua.

Paranatinga

A Águas Paranatinga diz que “houve um equívoco no momento da digitação de dados sobre Cloreto de Vinila, inserindo no sistema o valor de 7,8µg/L enquanto o resultado correto é de <0,06mg/L de Cloreto de Vinila, sendo que o limite é de 2µg/L”.

Segundo a concessionária, todos os resultados para os parâmetros Arsênio e Nitrito estão em conformidade com limites máximos exigidos pela portaria e que  uma carta de correção foi enviada para a Vigilância Sanitária.

Pedra Preta

Conforme a Águas Pedra Preta, “entre os anos de 2018 e 2020, todos os resultados para o parâmetro Arsênio estão em conformidade com limites máximos exigidos pela portaria”.

O órgão diz que tem um rigoroso monitoramento da qualidade e realiza o controle de qualidade em laboratórios. “O controle de qualidade realiza coletas semanais, mensais, semestrais e anuais, de acordo com as normas da Portaria 888/2021 do Ministério da Saúde”, completa.

Campo Verde

A concessionária local negou que houve alterações quanto ao nível de Níquel no período informado. “Por ano, a empresa analisa em média 22 amostras de água bruta (poços) e 3.997 amostras de água tratada.”, diz parte da nota.

Confresa

A Águas Confresa diz que, entre 2018 e 2020, todos os resultados para o parâmetro ácidos haloacéticos estão em conformidade com limites máximos exigidos pela portaria.

“Por ano, a empresa analisa em média 44 amostras de água bruta (represas) e 26.960 amostras de água tratada”, aponta a concessionária em nota.

Alto Garças

O Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Alto Garças informou que desconhece a informação de contaminação por lindano e benzo[a]pireno.

O responsável pela Pasta, Marcos Siqueira, disse que os testes são feitos com regularidades e acompanhados pela Vigilância Sanitária e Ministério da Saúde.

Não responderam

A reportagem não conseguiu retorno ou contato com os órgãos responsáveis pelo tratamento de água de Cáceres, Sinop, Sorriso, Marcelândia, Campinápolis, Juína, Guarantã do Norte e Arenápolis.

O espaço segue aberto para manifestação.

Midianews.com.br

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